Uma celebração cênica, poética e audiovisual, cantada em versos e contada em boa prosa, na batida do coração. Assim foi concebido o espetáculo “Clodo – A Revelação”, por Sandra Duailibe. Realizado a partir de recursos do FAC, o projeto da cantora Sandra Duailibe, sobre a obra do compositor, cantor e instrumentista Clodo Ferreira, mereceu pontuação máxima do edital de chamamento. O porquê poderá ser conferido em 02 de agosto, às 20 horas, no CTJ Hall, em apresentação única.
“Conheci Clodo Ferreira, pessoalmente, há 22 anos. Foi um presente de Deus. A convivência me fez ver nele, além do artista que já admirava, um homem digno, sereno, gentil e genial, que se reinventa a cada estação. Ele merece ser homenageado e o Brasil precisa conhecer mais a fundo o homem que semeia o bem e embeleza nossas vidas com arte. Clodo faz parte da história da música deste país”, afirma a idealizadora do projeto.
Durante o espetáculo, que contará com intérprete em libras, Sandra conduzirá o encontro marcado por muitas surpresas. Da parte musical, serão 12 canções interpretadas por ela, em sua maioria, Clodo e pelo convidado especial Farlley Derze. As notas extras de afeto e talento serão dadas pela participação do violonista João Ferreira e do percussionista Pedro Ferreira, os maiores orgulhos do pai, Clodo. No repertório, “Cada Dia”, “Carece de Explicação”, “Corda de Aço”, “Revelação” e outros sucessos que marcam fases e parcerias importantes de sua trajetória e de tantos intérpretes, a exemplo da própria Sandra.
Mais que um show, “Clodo- A Revelação” é uma homenagem ao instrumentista e compositor, que, além, da carreira solo, tem canções interpretadas por grandes nomes como Milton Nascimento, Nara Leão, MPB 4, Ângela Maria, Zizi Possi, Ney Matogrosso, Fafá de Belém, Engenheiros do Hawaii, Wando, Nilson Lima, Salomão di Pádua, Sandra Duailibe e tantos outros. A construção do evento, de forma intimista e elegante, busca passar ao público um pouco do tanto que o Clodo é.
A atração começa já no hall do teatro. Momentos da história de Clodo serão revelados através de um painel fotográfico e de um telão, onde lhe serão dedicados depoimentos. Também haverá exposição de 32 obras feitas a partir da fusão da fotografia e pintura digital—nova faceta artística de Clodo–, além de um espaço para comercialização de livros e produtos fonográficos dos artistas que compõem esse espetáculo.
“A iniciativa da Sandra me traz alegria. Primeiro: ela já gravou a música Revelação em versões ótimas e é uma cantora expressiva, que enriquece a produção musical com sua energia positiva. Segundo: este reconhecimento muito generoso é também um presente de aniversário, já que completarei 71 anos de idade em 30 de julho. Receber tudo isso na cidade onde moro desde os 13 anos, é mais uma razão para me sentir bem. Trago lembranças eternas de minha terra natal, mas foi em Brasília que fiz meu trabalho. Ela também resgata canções com meus irmãos e inclui no repertório canções mais recentes, conta a história e apresenta duas produções atuais: as peças visuais e a música instrumental em partitura. Para completar, ainda envolve meus filhos”, declara o homenageado.
A partir da capital do país, o artista, nascido em Teresina, no Piauí, desenvolveu uma carreira de muitos frutos ao longo de cerca de 56 anos, cantando e compondo só, com os irmãos Clésio e Climério, e também com artistas de renome internacional como Dominguinhos, Fagner, Evaldo Gouveia e Fausto Nilo. Simultaneamente, tornou-se mestre em comunicação e doutor em História, contribuindo como acadêmico à frente da disciplina “Comunicação e Música”, na Universidade de Brasília (UnB). Hoje, o talento de Clodo também trilha outros caminhos. E se a música tem sido o principal veio de sua criação, a pintura fotográfica, descoberta durante a pandemia, tornou-se uma de suas paixões.
“Quando Fagner gravou ‘Cebola cortada’, de Petrúcio Maia e Clodo, em 1977, quase furei o disco de tanto ouvir. A música diz ‘Sempre lembrando para a gente que amar nunca faz mal’. Trago essa verdade comigo. Clodo estuda, ensina, toca, canta, compõe e nos mostra, em sua obra, que o amor, quando bem sentido, é o caminho, o encontro, a salvação”, revela Sandra.
SOBRE A IDEALIZADORA
Sandra Duailibe aterrissou em Brasília em 1982. Foi dentista, empresária do turismo, e, em 2005, abraçou o canto como vida e profissão. Elegante, com timbre de voz singular e interpretações emocionantes, é um dos destaques da nossa MPB. Gravou seis álbuns, participou como convidada de outros, lançou um DVD e fez várias apresentações no Brasil e no exterior, entre eles, o show com a Orquestra Filarmônica de Brasília, em comemoração aos 50 anos de Brasília.
Ao longo se sua carreira recebeu o Prêmio Grão de Música, Prêmio FAC Brasília 60 anos, foi finalista do Prêmio Profissionais da Música, Top Show e concedeu entrevistas para mídias diversas. Participou de grandes projetos, entre eles o Festival Internacional de Música do Pará, e o show em comemoração aos 80 anos de Roberto Menescal.
Esteve na França diversas vezes cantando e estudando no Centro Artístico Internacional Roy Hart. Em 2019, lançou o Programa de entrevista Plurarte (Youtube), que já soma 180 entrevistas com artistas do Brasil e do mundo. Em seu canal do youtube.com/sandraduailibe também festejou o aniversário de Brasília com a publicação do podcast “Brasília: 60 anos de música”.
Entre 2021 e 2022, lançou show a partir de seu álbum “Do Canto”, homenageando compositores paraenses; participou de show da Amazônia Jazz Band, em Belém; de show coletivo, em São Luís; abriu a temporada das Sextas Musicais do CTJ Hall e apresentou show em homenagem às mulheres, acompanhada por Farlley Derze, Marlene Sousa e Maria Maia. Sandra se prepara, agora, para a estreia, em agosto, de um dos projetos mais especiais de sua carreira: “Clodo – A Revelação”, por Sandra Duailibe.
COLABORADORES DO PROJETO
Para montar uma homenagem à altura da representatividade de Clodo Ferreira, Sandra Duailibe conta com um time de experts de talento reconhecido para além do Distrito Federal. Colaboram com o projeto Darlan Rosa, Evandro Lins, Farlley Derze, Jamile Tormann, João Ferreira, Luiz Carlos Costa, Marcia Duailibe Forte, Marcus Barozzi, Miriam Virna, Monique Neri, Pedro Ferreira, Salomão di Pádua, Tom Serralvo, Walace Martins, bem como as empresas Abèbè Produções, Donna Mídia Comunicação, GRV Música Media e Entretenimento e Orbis Studio.
“Clodo- A Revelação”, por Sandra Duailibe
Data: 02 de agosto de 2022
Horário: 20h
Local: Casa Thomas Jefferson Hall (SEPS 706/906)
Entrada: Ingressos gratuitos poderão ser retirados no local, no dia do evento, a partir das 17h
A primeira aparição da música Stella by starlight foi em 1944 no filme “The uninvited”, da Paramount Pictures, com a orquestra dirigida pelo compositor da música, o estadunidense Victor Young. Dois anos depois ela ganhou uma letra escrita por Ned Washington.
O filme é uma adaptação de um romance escrito pela romancista e ativista republicana irlandesa Dorothy Macardle, e cujo título, em sua língua original é: “The Uninvited”, publicado em 1942, dois anos antes do lançamento do filme.
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Em 2017, durante as conversas com algumas pessoas eu perguntava que situação na vida delas foi marcada por alguma música. A conversa ganhava um novo ritmo por causa das lembranças da situação e da música envolvida. Eu ficava com aquela conversa na cabeça. Então, decidi convidar as pessoas a contarem histórias que foram marcadas pela música, e registrar essas histórias. Eu arquivava as histórias no meu computador dentro de uma pasta chamada PASSAGENS. Em 2018, procurei a Rádio Eixo, uma rádio online com sede em Brasília, e propus mostras as histórias na programação da rádio. A ideia foi aceita pela direção da rádio e pediram para eu dirigir o programa.
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Em 2017, durante as conversas com algumas pessoas eu perguntava que situação na vida delas foi marcada por alguma música. A conversa ganhava um novo ritmo por causa das lembranças da situação e da música envolvida. Eu ficava com aquela conversa na cabeça. Então, decidi convidar as pessoas a contarem histórias que foram marcadas pela música, e registrar essas histórias. Eu arquivava as histórias no meu computador dentro de uma pasta chamada PASSAGENS. Em 2018, procurei a Rádio Eixo, uma rádio online com sede em Brasília, e propus mostras as histórias na programação da rádio. A ideia foi aceita pela direção da rádio e pediram para eu dirigir o programa.
Passei a colher depoimentos de pessoas de todo o Brasil.
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Em 2017, durante as conversas com algumas pessoas eu perguntava que situação na vida delas foi marcada por alguma música. A conversa ganhava um novo ritmo por causa das lembranças da situação e da música envolvida. Eu ficava com aquela conversa na cabeça. Então, decidi convidar as pessoas a contarem histórias que foram marcadas pela música, e registrar essas histórias. Eu arquivava as histórias no meu computador dentro de uma pasta chamada PASSAGENS. Em 2018, procurei a Rádio Eixo, uma rádio online com sede em Brasília, e propus mostras as histórias na programação da rádio. A ideia foi aceita pela direção da rádio e pediram para eu dirigir o programa.
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Neste podcast eu falo sobre as músicas que marcaram minha vida, numa entrevista concedida à Rádio Nacional, em 30 de setembro de 2017. A entrevista está dividida em 3 partes. Esta é a terceira parte.
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Neste podcast eu falo sobre as músicas que marcaram minha vida, numa entrevista concedida à Rádio Nacional, em 30 de setembro de 2017. A entrevista está dividida em 3 partes. Esta é a segunda parte.
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Neste podcast eu falo sobre as músicas que marcaram minha vida, numa entrevista concedida à Rádio Nacional, em 30 de setembro de 2017. A entrevista está dividida em 3 partes. Esta é a primeira parte.
Contar histórias é uma maneira de manter as pessoas unidas. A televisão contou a história do homem pousando na lua, uma história contada com imagens em preto-e-branco. Eu vi. Meu vizinho Nestor deve ter visto. Depois daquilo, todos os meninos da minha idade, naquela época, sonharam em pisar na lua. Mas morar no subúrbio do Rio do Janeiro não facilitava a realização de um sonho assim. Sonhar em beijar a Carolina, ok, era possível. Saber dançar ou jogar cartas já era meio caminho andado. Mas não quero falar do homem na lua nem da Carolina. Quero falar do Nestor, meu vizinho. Taí um cara que eu gostaria de ter conhecido, tomar um café com ele, ouvir suas histórias.
Nestor tinha um metro e setenta, nem gordo nem magro, passou a usar óculos depois dos quarenta, ganhou uma calvície também, e antes dessas transformações trabalhava como carteiro. Depois se casou, veio a primeira filha, depois a segunda, então precisou mudar de emprego, viu um anúncio no jornal e conquistou uma vaga de supervisor numa fábrica de refrigerantes. Isso foi em 1989, estava com vinte e nove anos, tinha a esposa na mesma idade, uma filha de quatro anos e outra com dez meses. Sua vida como supervisor não interessa tanto, basta dizer que foi muito bem sucedido, era disciplinado, organizado e muito educado. Portanto, nada podia dar errado em sua ascensão profissional. Assumiu o cargo de diretor numa das filiais ao completar quinze anos de empresa. Com tais virtudes, dá para concluir que sua vida familiar correu às mil maravilhas para a esposa e as filhas, mas nem tanto para ele próprio. Sempre abria mão de tudo para satisfazê-las. Convenhamos: isso é triste. Numa família todos merecem realizar seus sonhos ou suas vontades na medida em que fazem por merecer. E Nestor merecia qualquer coisa que desejasse. Entretanto, com a mesma sutileza com que realizava os sonhos da mulher e das filhas, mentia para si mesmo. Inventava no silêncio de sua cabeça que seus sonhos não tinham importância. Eu era seu vizinho e, como vivo preso no meu umbigo, nunca lhe disse “bom dia, Nestor”. Aliás, eu só soube que se chamava Nestor porque li na coroa de flores ao lado de seu caixão. E tudo isso que contei a respeito dele escutei da boca dos outros aqui no velório.
Dois dias atrás, às duas horas da madrugada, acordei com gritos vindo da casa dele. Você pode imaginar três mulheres aos gritos de choro e desespero no meio da madrugada? Abri a janela que dava para a casa do vizinho e vi luzes acesas. Eu imaginei o pior, e estava certo. Porém, usei do meu egoísmo, balbuciei que não tinha nada a ver com aquilo, nada a ver com eles, fechei a janela, ajeitei o travesseiro e puxei o cobertor. Eu de fato estava com sono e de fato sou egoísta. Dane-se o mundo. As coisas são como são. Mas alguém tocou minha campainha. Era a filha mais velha do vizinho. Já me esqueci do nome dela. É aquela na cabeceira do caixão, com óculos escuros, vestido preto e cabelo loiro preso como rabo de cavalo. A outra filha saiu faz meia hora. Só sei disso porque coincidiu de vê-la sair quando olhava meu relógio. A caçula certamente voltaria, “só saiu pra tomar um ar”, pensei.
Quando a campainha tocou e me pediram ajuda eu fui até lá e vi o vizinho caído no chão da cozinha. Aproveitei para dar uma olhada na casa, pareciam viver muito bem. Os óculos dele estavam ao pé da geladeira, as mãos pousadas no piso em forma de concha, caiu de barriga pra baixo, tinha uma calça de pijama comprida, era azul com listras brancas, uma camiseta da hering, os pés descalços e estava ali, morto, estirado. Exalava um aroma daqueles sabonetes de cor marrom, não lembro o nome agora. Na minha idade, talvez a mesma do Nestor, as palavras vão e vêm.
Depois de auxiliar a viúva com telefonemas para empresas funerárias, prometi-lhe, num ato irracional, ficar ao lado da família para tudo que precisassem naquele momento. Vamos concordar: é difícil para uma mulher com mais de cinquenta anos, que se desloca numa cadeira de rodas, lidar com o marido morto no chão da cozinha, sobretudo com as filhas aos prantos, aos gritos, histéricas.
As pessoas circulam ao redor do caixão. Eu me pergunto “e se fosse comigo”? Sou um velho solteiro. Quando eu morrer, quem dará o alarme?
Levanto-me e vou até o morto. Ouço os cochichos: “morreu sem ver o time dele campeão”, “nunca destratou ninguém ”, “morreu cedo”, “morreu de quê”? Há flores e faixas dos colegas de trabalho: “Nestor, o melhor chefe do mundo”.
De repente, a filha mais moça retorna ao recinto e traz ao lado um cachorro preso à coleira. A filha mais velha lançou-se em sua direção, deu-lhe um abraço comovente, demorado como se não a visse há meses, depois se abaixou e acariciou o cãozinho que tinha um porte médio. Parecia o filhote de alguma raça, desses que ficam grande. Tinha o pelo marrom e os olhos cor de caramelo. A filha mais velha, ainda agachada, sussurrava sorridente para o cachorrinho. A irmã caçula tinha um sorriso de satisfação, o mesmo sorriso da viúva que manobrou sua cadeira de rodas até o animal. A filha mais velha se levantou e as três mulheres se abraçaram como se se tratasse de uma comemoração. A caçula passou a coleira às mãos da mãe. A viúva fez um giro de meia-volta e se aproximou do caixão. Pediu licença e falou aos convidados: “quero agradecer a todos que fizeram parte da vida do Nestor. Meu marido foi um homem feliz, mas foi feliz à nossa maneira e não à maneira dele. Quando nos conhecemos conversamos sobre alegrias e tristezas. Ele me contou que na adolescência teve uma tristeza grande, aquela que machuca a alma e permanece na memória pro resto da vida. Um dia chegou da escola e não ouviu o latido de seu cachorro. Seu pai decidiu dá-lo a um vizinho que morava noutro bairro. Disse pra mim que um dia voltaria a ter cachorro em casa. Mas quando nos casamos, embora ele realizasse meus sonhos e os de nossas filhas, eu não permiti que ele tivesse seu cachorro. Minhas filhas também diziam não. A vida passa rápido, as coisas são como são, ele merecia realizar seu sonho de criança. Alguns sonhos podem ser realizados. Quando o Nestor via um cachorro no quintal das pessoas seu olhar se transformava num olhar de menino”.
A viúva dizia aquelas palavras com um sorriso morno no rosto, que subitamente desapareceu para dar espaço a um rosto duro, pensativo como quem recalcula o tempo. A viúva fez um gesto, a caçula tomou a coleira e enrolou-a na mão gelada do pai.
Quando o assunto é música muitos temas podem fazer parte da conversa. A harmonia, o ritmo, a levada, o estilo, o improviso, a orquestração, o arranjo, a composição, os modos gregos, o contracanto, o virtuosismo, o gosto musical… a lista é infinita.
Da lista infinita vou escolher o assunto “Sambajazz”. O Youtube está cheio de exemplos desse estilo musical que marcou a história da música brasileira nos anos 50, 60, 70 e até hoje há pessoas dedicadas a falar do sambajazz. Em Brasília, a referência no assunto é o baterista Sandro Souza. Fundador do grupo Brasília Sambajazz, traz em sua bagagem musical um jeito de falar contagiante, didático e preciso. Nos ensaios, explica aos músicos a essência da linguagem do sambajazz caracterizada pelo diálogo da bateria com a melodia em que células rítmicas calculadas encontram um lugar específico para dar relevo à música. O contrabaixo funciona como o fio condutor que sustenta o diálogo.
Ouvir o sambajazz ao vivo no Brasil é uma raridade. Todavia, graças à pesquisa deste importante músico brasileiro, Sandro Souza, o público brasiliense tem o privilégio de saborear ao vivo o sambajazz. Entretanto, a agenda de apresentações não está disponível a todo momento. Por isso, o público brasiliense aguarda sempre com ansiedade a data da próxima apresentação. Assim, anote em sua agenda a data de 9 de novembro de 2019, sábado, às 21h no Clube do Choro de Brasília.
O público privilegiado da cidade poderá, mais uma vez, entrar em contato com esse estilo único, histórico, ímpar e decisivo na formação da música instrumental brasileira moderna.
Brasília agradece a você, Sandro Souza, por manter viva a história de nossa música e por este presente musical para a cidade.
O poema deste hino foi escrito em 1923 por Thomas Obediah Chisholm. Chrisholm nasceu em 29 de julho de 1866, na cidade de Franklin, Kentucky, EUA. Teve sua educação básica em uma pequena escola rural, e tornou-se professor desta escola aos 16 anos. Quando tinha 21 anos, tornou-se editor associado de um jornal semanal, o The Franklin Favorite.
Em 1893 tornou-se cristão, sob o ministério do Dr. Henry Clay Morrison (futuro presidente do Colégio Asbury, em Wilmore, Kentucky). Persuadido pelo Dr. Morrison, Chrisholm mudou-se para Louisville e tornou-se editor do Penecost Herald. Foi ordenado como ministro metodista em 1903 e serviu como pastor por pouco tempo em Scottsville, Kentucky.
Com a saúde debilitada, mudou-se com sua família para uma fazenda, perto de Winona Lake, Indiana. Tornou-se então um vendedor de seguros, mudando-se para Vineland, Nova Jersey, em 1916.
Em 1953 instalou-se no Lar Metodista para Idosos em Ocean Grove, Nova Jersey, onde morreu em 29 de fevereiro de 1960.
Chrisholm escreveu mais de 1.200 poemas, dos quais 800 foram publicados e muitos foram musicados.
De acordo com Chrisholm, não houve uma circunstância especial que o levou a escrever este hino – somente a sua experiência e a verdade bíblica. Este hino apareceu pela primeira vez na coletânea Songs of Salvation and Service (Cânticos de Salvação e Serviço), compilada por William M. Runyan, em 1923. Runyan escreveu a música especialmente para este poema. Em 1956 no Baptist Hymnal (Hinário Batista), foi publicado o seguinte comentário:
“Este poema em particular possuía tal apelo, que orei muito fervorosamente, para que a minha melodia pudesse conduzir a sua mensagem de uma maneira apropriada e digna, e a história subseqüente de seu uso indica que Deus respondeu a esta oração.”
O homem lia com cuidado as várias poesias que tinha diante de si. Elas lhe foram enviadas por um amigo, para que ele, sentindo a devida inspiração, escrevesse músicas para acompanhá-las.
Uma das poesias logo chamou a sua atenção. “Esta poesia tinha tal apelo, que orei com todo o fervor pára que a minha melodia pudesse transmitir a sua mensagem duma maneira digna.”
A cena descrita transcorreu em 1923. O compositor era o Rev. William Marion Runyan, metodista norte-americano. Sem dúvida, hoje podemos dizer: a música do compositor faz exatamente o que ele tão ardentemente desejou. .
Runyan nasceu no dia 21 de Janeiro de 1870, em Marin, Estado de Nova York. Tinha grande inclinação para a música. Iniciou os seus estudos de música quando tinha 5 anos, e aos 12 já servia como organista da igreja. Quando tinha 14 anos seu pai, que era pastor metodista, mudou-se, com a família para o Estado de Kansas.
Apesar do seu grande talento musical, Deus tinha outros planos para Ruhyan. Aos 21 anos de idade, foi consagrado ao ministério pastoral. Serviu como pastor e evangelista entre os metodistas por 32 anos.
Por causa de um problema de surdez, Runyan deixou o pastorado em 1923, para assumir responsabilidades na Universidade John Brown, trabalhando também como redator da revista Cristian Workers’ Magazine (Revista do Obreiro Cristão) e como compilador de hinários.
De 1931 a 1944, ele serviu no Instituto Bíblico Moody, em Chicago. Foi nesse Instituto que o hino Tu És Fiel, Senhor, tornou-se muito conhecido, tornando-se um dos prediletos dos alunos daquela instituição. Quando o Dr. Houghton, presidente da mesma, faleceu, o hino foi entoado por todos os presentes ao culto fúnebre.
Em 1923, quando Thomas Chisholm enviou aquelas poesias a William Runyan, este, compositor de quase 300 hinos, já havia feito umas 20 ou 25 músicas para acompanhar poesias de Chisholm, seu colega e grande amigo.
Thomas Obediah Chisholm nasceu no Estado de Kentucky, no dia 29 de julho de 1966. Nasceu em circunstancias humildes e teve de instruir-se por si mesmo. Apesar de só completar o curso primário por esforço próprio, mais tarde se tornou professor. Com 21 anos já era redator auxiliar do jornal local.
Com 27 anos, Chisholm se converteu durante uma série de conferências evangelísticas. Mais tarde, foi consagrado ao ministério pela igreja Metodista, mas o seu estado de saúde bastante precário proibiu que desenvolvesse muitas atividades. Por esta razão, ele deixou o pastorado.
Chisholm escreveu em total de aproximadamente 1.200 poesias. Faleceu no Lar Metodista de Ocean Grove, Estado de Nova Jersey, em 29 de fevereiro de 1960.
O hino Tu És Fiel, Senhor foi publicado pela primeira vez em 1923, num hinário intitulado Songs of Salvation (Cânticos de Salvação) da autoria de Runyan.
O nome da melodia, dado pela família de Runyan, é FAITHFULNESS (Fidelidade).
Um Testemunho
O Pr. Arthur Francis White, pastor batista aposentado de 88 anos de vida estava acamado no hospital. Sofrera uma queda muito brutal, que lhe fizera muito mal. Duas das suas quatro filhas revezavam-se ao seu lado. Anne, sua querida esposa de 58 anos, estava doente em casa, sem condições de estar com ele. (Havia de segui-lo para espera da volta de Jesus 4 meses mais tarde) .
Numa hora quando sua filha Hellen White Brock estava ao seu lado, o Pr Arthur pediu: “Helen, cante comigo, Tu ès Fiel, Senhor”. O Pr. Arthur possuía uma linda e possante voz de tenor. Uma de suas maiores alegrias era cantar o louvor de Cristo, a quem ele conhecera e amara desde menino, e servia fielmente há longos anos.
Helen nunca foi solista, mas cantava um contralto muito afinado no coro, e, quando necessário, regia o coro com eficiência, embora fosse mais uma instrumentista. Naquele momento, entretanto, começou o hino que ambos amavam e conheciam de cor. O pastor, com voz fraca, uniu-se a ela. Em alguns minutos, com a voz falhando, o Pr. Arthur pediu: “Continue, Helen, não posso, mais”. E assim Helen continuou a cantar este grande hino, enquanto seu pai, olhos fechados, apreciava. De repente, Helen notou que seu pai, um sorriso ainda nos lábios, parecia ter dormido. Percebeu que ele não estava mais ali. Partira para estar guardado em Cristo Jesus, esperando o dia da volta Daquele a quem ele amara e servira toda sua vida.
Este hino continuou a ser o hino da família de Helen e Ursus Brock e de suas filhas, Margaret, Edith e Mary. Foi escolhido por Ursus para fazer parte do seu próprio culto memorial, muitos anos mais tarde. Tem sido o testemunho de Edith e Dewey Mulholland por mais de 40 anos de serviço missionário no Brasil, 23 no Piauí e o restante no Distrito Federal: verdadeiramente Deus é Fiel!
Bibliografia: Rosa, Joaquim de Paula, Apresentação, Hinário Para o Culto Cristão, JUERP, 1990, p, VII.
Dos hinos cristãos escritos nos anos mais recentes, um, em particular, sobressai como a luz de um farol, devido à sua mensagem, vinda do Pai celestial que continuamente sustenta e cuida dos Seus filhos.
Este hino,”Tu és fiel”, foi escrito por um pregador que depois se tornou repórter de um jornal, Thomas O. Chisholm, de Vineland, Nova Jersey; e a música foi composta por William M. Runyan.
Muitos hinos têm sido escritos motivados por alguma experiência particular, porém, observando a vida do sr. Chisholm, chegamos à conclusão de que este hino foi o resultado de uma experiência do “dia a dia” da fidelidade de Deus para com Ele.
A história começou em 1941. Dois homens estavam revendo a lista de membros dos Gideões, quando viram, de repente, um nome que lhes era familiar. Descobriram que era o nome do sr. Thomas O. Chisholm e com a seguinte anotação ao lado: “Cancelado por falta de pagamento”.
Eles se lembraram de que o sr. Chisholm era o autor de um hino que muito impressionou o missionário John Stam, que fora martirizado. Este mesmo hino fora o tema da vida de Stam durante os seus estudos no Instituto Bíblico Moody, quando se preparava para o serviço missionário e que, finalmente, levou-o a entregar a sua vida, juntamente com a da sua querida esposa, a fim de que outros pudessem ter vida …
Os dois homens ficaram sensibilizados com o achado. Pensaram que eles mesmos é que deviam pagar a dívida ao sr. Chisholm.
Ao mesmo tempo que o Senhor estava tocando também no coração de um homem de negócios, na cidade de Nova Iorque, o qual não podia dormir porque passava-lhe pela mente o pensamento de que o sr. Chisholm, a quem ele não conhecia pessoalmente, mas apenas através dos hinos sacros que escreveu, estava em grande aperto financeiro. Mas, como poderia fazer chegar a ele qualquer importância em dinheiro? Não sabia onde ele morava!
“Estou certo de que o procurador Jacob Stam sabe do seu endereço”, pensou ele. “Pedirei a ele para levar este dinheiro ao st. Chisholm”.
Assim fez, mas a história não termina aqui. Pela primeira vez em sua vida a família Chisholm estava enfrentando uma necessidade desesperada que, do ponto de vista humano, jamais poderia ser solucionada.
Naquela noite, quase como simples crianças, eles levaram aquele problema à presença do Pai celestial, não sabendo, contudo, que o Senhor já havia respondido. Na manhã seguinte o correio trouxe ao casal Chisholm uma única carta – era do sr. Jacob Stam – e dentro se encontrava a importância de que necessitavam, enviada pelo homem de negócios de Nova Iorque, que jamais conheceram!
Alguém poderia dizer que foi uma coincidência; mas devemos dizer como disse o sr. Chisholm: “Foi a fidelidade de Deus! ” Pois, numa carta escrita em 1949, ele disse: “Estou próximo dos meus oitenta e três anos de idade, mas a força do alto tem sido sempre suprida, juntamente com o cumprimento da Sua promessa: “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades (Filipenses 4.19).
Não somente o suprimento das necessidades, mas as ocasiões desse suprimento, têm assinalado os marcos do Seu cuidado providencial, cada dia, cada momento”.
Eu não quero escrever ou falar de mim ou de minha mãe. Deixem eu abrir um parênteses, voltar no tempo e me ver dentro de um fusca que minha mãe dirigia com o rádio ligado… e isso aconteceu várias vezes, inclusive quando noutra época já estava com outro carro. Quando uma música acabava ela me perguntava “de quem é esta música”? Ela percebia que eu não sabia e dizia “essa é do Pixinguinha”. Cresci com aquelas perguntas e as respostas, não importava se estávamos dentro do carro ou dentro de casa. Se uma música tocava no rádio ou na TV, minha mãe sabia o nome do compositor e também queria que eu soubesse. Agora eu fecho esse parênteses daqueles saudosos anos 70.
Em 2004 eu estava em Cabo Verde, na África, para tocar no primeiro festival de jazz de Cabo Verde. Minha estadia lá e minha participação no festival podem até merecer uma história, mas eu prefiro falar de outra coisa. Em dado momento, numa manhã em que estávamos (músicos franceses, italianos, etc.), e eu também, diga-se de passagem, num restaurante para tomar nosso café da manhã, ouvi uma música que soava nas caixas fixadas no teto. Era “Brasileirinho”. Eu saboreava a música com um certo orgulho nacional, enquanto degustava um iogurte com granola. Quando a música acabou, ouvi dois franceses próximos a mim dizerem “Henri Salvador”. Eu levantei as sobrancelhas. E minhas orelhas se esticaram até eles. Eu queria saber se estavam comentando sobre Henri Salvador ser um compositor de Cabo Verde, ou… “sim, sim, esta música é de Henri Salvador”. Ou seja, mal comecei a xeretar a conversa e eles confirmavam entre si que “Brasileirinho” era uma composição de Henri Salvador. Ora, Henri Salvador é extraordinário. Sou fã. Mas o compositor de “Brasileirinho” é um brasileiro. Minha mãe e e sabemos disso. Claro que não me contive. Da mesa onde eu estava eu lhes disse um bonjour e fui direto ao ponto. Eu lhes informei que “Brasileirinho” não era uma composição de Henri Salvador. Um deles respondeu “Ah bon?”. É como se dissesse “Sério”? Eu respondi com a cabeça e com um olhar do tipo “pois é”. Mas o outro não acreditou em mim e disse que sim, a música era de Henri Salvador. Eu lhes perguntei se eles já tinha ouvido falar do nome Waldir Azevedo. Ambos balançaram a cabeça negativamente. Eu os encarei com as sobrancelhas levantadas como quem diz “pois é”. Fiz outra pergunta. “Que instrumento fazia o solo da música que acabámos de ouvir”? Um deles respondeu “cavaquííínhú”. “Voilà”, disse para lhes mostrar que eu concordava. Então lhes perguntei “qual é o nome da música”? O outro respondeu “Brasilerííínhú”. “Voilà”, concordei outra vez. Então lhes perguntei “se Waldir Azevedo era brasileiro, tocava cavaquinho e o nome da música era Brasileirinho, como Henri Salvador teria feito a música se não era brasileiro, nem tocava cavaquinho?”. Eles se entreolharam. Eu complementei. “Se a música fosse de Henri Salvador, ele teria que ter contratado alguém para escrever a partitura, ou alguém para tocar o cavaquinho, ou simplesmente chamar a música de “Cabo-verdinho”. Um deles disse “faz sentido o que você nos diz”. Eu acenei com a cabeça. E o outro disse “merci beaucoup”.
No ano seguinte (2005) eu estava na França para tocar piano no “Ano do Brasil na França”. Num dia de folga fui convidado por um saxofonista francês a ir até a casa dele para desgustar um churrasco. Enquanto a carne assava, ele colocou um vinil pra tocar. Entendi que ele queria me agradar, já que eu era um brasileiro em terras francesas e a música no vinil era “Desafinado”. Se eu estivesse no carro de minha mãe, lá nos anos 70, ela me perguntaria “quem é o compositor”? Lembrei-me da experiência que tive no ano anterior com os franceses lá em Cabo Verde. Antes de satisfazer uma certa curiosidade de perguntar ao francês anfitrião quem era o compositor da música que tocava, eu o agradeci por ter colocado na vitrola um vinil com a música “Desafinado”. Não sei se você prestou atenção quando no início deste parágrafo eu disse que um francês que tocava saxofone me convidou para um churrasco. A palavra-chave aqui é “saxofone”. A música “Desafinado” que ele colocou era instrumental e o solo era de saxofone. Eu já conhecia aquela gravação, mas eu queria puxar assunto e satisfazer aquela curiosidade secreta de saber se o francês conhecia o compositor. Então eu puxei assunto e disse “que solo bonito, parece um saxofone tenor”. Ele ergueu a garrafa de cerveja em direção ao meu copo e disse “voilà”. E complementou “j’aime beacoup ce musicien”. Eu perguntei quem era o músico e a resposta foi “Stan Getz”. Cheguei a me perguntar por onde andava o meu vinil do Stan Getz do tempo em que eu morava com meus pais. Sorridente, ele permaneceu no assunto e disse como se todo mundo soubesse que “Stan Getz foi muito feliz ao compor essa música”. Senti uma pontada, mas disfarcei. Em vez de corrigi-lo, eu apenas perguntei se eu podia ver a capa do vinil. Ele colocou a cerveja dele numa mesinha e foi lá dentro. Voltou com a capa e um sorriso. Afinal, era como se ele tivesse acertado no modo de agradar um convidado. Com a capa do vinil nas mãos, agradeci e corri os olhos atrás dos nomes de Tom Jobim e Newton Mendonça. Não estavam lá, nem mesmo os outros compositores das demais músicas. Na capa dizia apenas “Stan Getz Greatest Hits”. Perguntei-lhe se havia algum encarte, mas ele não se lembrava ou não sabia onde estava. Daí eu joguei o anzol e disse “eu queria ver o nome dos compositores”. Ele franziu as sobrancelhas como se eu, um músico, não soubesse que “Desafinado” era de autoria de Stan Getz. Ainda com suas sobrancelhas em pé me disse “cette musique a été composée par Stan Getz”. Eu lhe disse que eu tocava “Clair de lune” no piano. Ele não entendeu o que tinha a ver “Clair de lune” com “Desafinado”. Fiz de propósito. Falei-lhe que o fato de eu tocar “Clair de lune”, do compositor francês Claude Debussy não me dava o direito de dizer que a música era minha. E que “Desafinado” era uma música dentre outras gravadas pelo saxofonista Stan Getz, todavia os compositores eram Tom Jobim e Newton Mendonça. O francês ficou sério numa fração de segundos, e em seguida abriu um sorriso, ergueu sua cerveja e disse “salut à la musique brésilienne”.
Em 29 de fevereiro de 2014, no canal do youtube de “Erin Propp”, foi publicada a música “ O barquinho (Little boat)” com os créditos da composição destinados a Ronaldo Fernando Boscoli, Buddy Kaye e Roberto Menescal. Mas quem é esse nome “Buddy Kaye”? Este nome não é citado no site “Brasil imperdível” no link “história da canção o barquinho”. Mas se você sabe como funciona a indústria fonográfica, pode entender (a contra-gosto) porque este tal Buddy Kaye é citado como compositor. Foi um produtor e editor de músicas, citado no wikipedia também como “compositor”. A gente sabe que o pessoal mais desavisado confia cegamente em informações do wikipedia. A coisa não para por aí. Numa das edições do Real book, “O barquinho” está com o título em inglês “My little boat” e o compositor é um tal Imo Schmortz.
Daí você digita esse nome no google e, obviamente, o dano está feito. Pois se está no google está no planeta Terra e você vai ver em sites da Alemanha a informação de que este tal Imo Schmortz é o compositor de “O barquinho”, ou melhor, “My little boat”.
Como a internet é uma garganta aberta, a gente se depara de vez em quando com alguns vômitos, ou seja, porcarias. Num fórum da internet eu localizei um sujeito da cidade de São Francisco, Califórnia (CA) que mostrava o erro do “fakebook” (é o nome técnico para livros como o Real book), ao dar o crédito da composição ao tal Imo Schmortz. Daí, um sujeito de Levittown, Pensilvânia (PA), discordou e disse que o livro estava correto.
Eu tenho em casa a quinta edição do Real book, e nesta edição já consta o nome de Roberto Menescal como compositor de “My little boat” (O barquinho).
Como o livro foi feito por americanos, você não vai encontrar o título “O barquinho”, mas sim “My little boat”. E para os músicos do planeta Terra que adquiriram edições anteriores, muito provavelmente vão jurar de pés juntos que Imo Schmortz “é” o compositor dessa música brasileira. Todo mundo quer assinar o que é bom. Pois é!
Em 2017, durante as conversas com algumas pessoas eu perguntava que situação na vida delas foi marcada por alguma música. A conversa ganhava um novo ritmo por causa das lembranças da situação e da música envolvida. Eu ficava com aquela conversa na cabeça. Então, decidi convidar as pessoas a contarem histórias que foram marcadas pela música, e registrar essas histórias. Eu arquivava as histórias no meu computador dentro de uma pasta chamada PASSAGENS. Em 2018, procurei a Rádio Eixo, uma rádio online com sede em Brasília, e propus mostras as histórias na programação da rádio. A ideia foi aceita pela direção da rádio e pediram para eu dirigir o programa.
Passei a colher depoimentos de pessoas de todo o Brasil.
Os depoimentos eram enviados por audio através do WhatsApp.
Se você quiser participar, envie-me um audio por WhatsApp. Eis meu número: (61) 98450-1058.
No audio você cita primeiramente “o seu nome”, “sua idade”, “sua ocupação” e “a cidade onde vive”. Em seguida você narra pelo tempo de um minuto, aproximadamente, que situação de sua vida foi marcada por uma música. Você menciona o nome da música (se possível, o compositor ou quem a gravou, se não souber tudo bem). Eu busco a gravação da música no youtube e anexo-a à sua história.
Fechou os olhos como quem fecha janelas para se esconder do mundo.
Dentro da escuridão de seus pensamentos brilhava um sorriso.
Colecionava sorrisos desde os onze anos de idade.
Tinha um conjunto de cadernos dispostos numa prateleira e organizados por ano. O primeiro deles tinha na capa o ano de 1974; o último tinha o ano atual onde registrou o sorriso mais recente.
No início anotava os sorrisos nas últimas folhas dos cadernos escolares; no ano seguinte pediu aos pais um caderno extra na lista de material escolar.
Quando registrava um sorriso, anotava o nome da pessoa. Todos os colegas de classe estavam catalogados. Ao lado de cada nome havia a palavra que classificava o sorriso de cada um: Eliane, verdadeiro; Fátima, falso; Hélio, falso; Nilton, verdadeiro.
Aos quinze anos, seu sistema de classificação já incorporava mais adjetivos: Cláudia, enigmático; Carla, frio; Dani, entorpecente; Priscila, falso; Ernesto, sonoro.
Abriu os olhos como quem tem fé, mas o sorriso dela não estava ali. Leu sua anotação:
2019, 2501, 2111 dm40efs, entorpecente.
Tinha aperfeiçoado o método de catalogação.
Somente dois sorrisos durante os anos tinham lhe perturbado. Agora, o terceiro.
Colocou o caderno na estante e permaneceu com a mão pousada nele, o braço esticado como o ponteiro de um relógio parado, o olhar fixado numa memória recente e uma taquicardia instalada sem vestígios de promessas.
O chiado de uma cigarra disputa sua atenção com o som da água do riacho que desliza atrás de você. Uma borboleta negra cruza a sua frente dentro do silêncio de suas asas, e pousa sobre uma pétala vermelha da única flor que eclodiu no jardim. Talvez por isso, não pela flor mas pelo pouso da borboleta, a cigarra reforça seu chiado como quem diz “presta atenção”. A borboleta negra une suas asas e agora ela mesma se parece uma pétala, pétala esquecida pela primavera porque já é verão e você carrega o inverno nos olhos. O riacho segue seu destino como quem nada tem a ver com isso, porque já estava ali antes de você, antes da flor, antes da borboleta ou da cigarra. Estava inclusive antes de centenas de primaveras, verões, outonos e invernos que vêm e vão, como qualquer coisa que nasce para depois desaparecer. Quando a borboleta cruzou a sua frente desenhou no ar algumas memórias de infância. Mas quando pousou e recolheu as asas, fez se calarem as memórias e o silêncio dos idosos se impôs como uma sombra.
Quantas flores de primaveras já secaram nas cabeceiras dos túmulos?
O riacho corre às suas costas com suas moléculas que fluem de mãos dadas, vindas de um lugar onde você nunca esteve e seguem unidas para outro lugar onde você nunca estará. Por ora, você está aqui como a flor, a cigarra e a borboleta. Ninguém sabe quem que se dá conta do outro enquanto o tempo os emoldura numa janela do espaço; ou enquanto o espaço os emoldura numa janela do tempo.
A cigarra está inquieta com seu cântico feito um minimotor elétrico. A borboleta permanece com suas páginas fechadas. A flor isolada no jardim sonha ter suas raízes beijadas pelo riacho que flui anonimamente.
Haverá um tempo em que outra pessoa estará aqui em seu lugar. Mas não chegará a tempo de ouvir a cigarra, nem conhecer esta solitária flor vermelha nem a borboleta negra que agora mexe suas antenas. Essa pessoa do futuro poderá, quando muito, caso venha, apenas escutar e ver o riacho que penteia pedras e espuma-se de segredos incompreensíveis.
Luiz Carlos Alvarenga ganha almoço festivo de Ana Maria Gontijo
O aniversário do beauty artist foi prestigiado por amigos em celebração intimista no Lago Sul
Mais um ano de vida de Luiz Carlos Alvarenga foi comemorado em grande estilo. O maquiador queridinho da capital foi prestigiado por amigos em almoço festivo intimista armado pela amiga Ana Maria Gontijo, no Lago Sul.
O décor e ambientação assinados por Maria Tereza Cavalcanti contou com arranjos florais nos nuances amarelos e laranjados, levando um moodtropical ao b-day. O som da ocasião ficou por conta do pianista Farlley Derze.
Para cantar os parabéns, um “bolo camarim” enfeitado com pincéis, batons, sombras e outros itens de make-up açucarados. A presença dos 20 convidados foi agradecida com lembrancinhas com Bolo da Ivone.
(Para o pianista, tecladista e compositor: Farlley Jorge Lourenço Derze.)
Quem chegava ao Estúdio da Casa da Mata, ouvia uma música muito elaborada. Um som jazzístico, no sentido da sua riqueza rítmica e brejeirice que a música norte-americana, sempre nos proporciona. Este som estava presente e a gente sentia logo ao entrar. Ao mesmo tempo, eu sentia que aquele som pretendia me dizer bem mais que os bons improvisos que os músicos ali ofereciam.
Eu relato um acontecimento especial. Sim, especial. Porque eu estava na gravação do álbum: “Metamorphoses” de Farlley Jorge Lourenço Derze; ou, apenas, Farlley Derze. E, ali, eu sentia perfeitamente a fusão da sutileza do som criado nas ruas norte-americanas e mais tarde, também, nas ruas brasileiras e de várias outras partes do mundo, com aquele poder de descrição e composição que se percebe quando o artista é por certo um estudioso, um grande erudito.
Juntas numa só ideia construtiva, popular e erudito formaram um ambiente único. Senti uma atmosfera própria de uma música feita para agradar acima de tudo.
Ao ouvir a obra de Farlley Derze, se faz impossível separar um estilo do outro que ocupava o mesmo frasco. Uma vez que a fusão os tornara coloidal. Então, aquilo que era contado em 2/4, de repente quebrava para um 6/8. Daí se ouvia 9/8, voltando depois para um moderado 4/4 e por aí segue. Aquilo que era nota longa, terminava por se tornar pontilhada, como se para ouvirmos um dó de 8 tempos, precisássemos ouvir todos os harmônicos caminhando até formar o dó maior.
Eu cheguei para curtir o som de um grande amigo. Cheguei para um dia de jazz com a gravação das músicas do meu melhor amigo. A Casa da Mata estava totalmente tomada pela atmosfera criada por sua música. Ali se ouvia o que meu amigo gosta de curtir, de tocar, e que acabou por se tornar parte dele mesmo. A Casa da Mata se apresentara, mais que nunca, um lugar leve e feliz. Como foi bom estar ali presenciando o divino som do seu jazz.
Que surpresa eu tive com seu som. Senti que cresceu a música, com tão elaborados arranjos e tão finos dedilhados de pianos e teclados. Além da guitarra, que foi como pegar um doce surpresa no pacotinho oferecido a São Cosme e São Damião. Mas desse eu falo depois. Haviam outros músicos.
Farlley convidou nomes importantes da música brasiliense para fazer valer a importância de seu trabalho. Os músicos convidados foram escolhidos a dedo e cada um sabia de sua competência e seu valor. Farlley, revestido da presença do maestro que é, regia arranjos intrigantes, desafiadores e fortes. Arranjos que, se o músico não tem bagagem, não tem como se atrever a executar. Mas os músicos que aceitaram o desafio, tinham.
Ouvir a bateria de Sandro Araújo ou João Ricardo Denicol, fazia mexer todo nosso esqueleto e vibrar com encanto nossos corações. Mais tarde, também apareceu, Sandro Souza, mas não tive a oportunidade de constatar sua performance. Certamente este trouxe um toque a mais de energia matuta, este me lembra muito um músico rústico, como antigamente tínhamos na música instrumental brasileira, que antes de tudo era a dança e o balanço de cada corpo vibrando pelos seus tons, caixas e bumbos.
Ouvir Oswaldo Amorim, é outra maravilha. O baixo exige preparo físico, força e dedos delicados. Oswaldo tem todos esses pré-requisitos com a bagagem de quem estudou o instrumento de forma a dissecá-lo por completo. Ouvir Oswaldo Amorim transporta o ouvinte para a frente de uma batalha, onde você tem certeza que está protegido ali, pois este sabe cuidar dos seus. Depois vi Igor Diniz o substituir. Adoro o baixo do Igor e para essa empreitada montada pelo Farlley, ele bem trouxe um frescor e uma inovação. Técnico e pesado, Igor não deixou o grupo esquecer para o que estavam ali e a coisa toda ficou grande.
Tivemos um naipe de metais: Isaac Gomes (saxofones), Argemiro Jr. (trompete) e Paulinho (trombone). O sax soprano do Isaac merece destaque. Que timbre é esse?! Isaac cativa todo mundo. Seu som é muito sensual e muito profundo. Belíssima escolha, Farlley! Argemiro, conduz os golpes de metais de forma segura e ele se preocupa em estar correto, limpo e preciso no ritmo. Ele deu cor, forma e vida aos ataques. Paulinho é um primor. Que profissional, que timbre maravilhoso e acima de tudo, que pessoa linda. Completa a nossa vida, conhecer um homem como Paulinho. Seu som é divino, correto e preciso. Um artista que interfere diretamente naquilo a que se propõe interpretar. Ele causa algo novo a cada momento que precisa repetir uma mesma frase. Se não bastasse a competência, ele, também, entrega para nós o seu carisma, o seu amor e todo o seu cuidado, para que aquele que o está apreciando não se canse, e sim se encante mais e mais com aquela música que ouvimos.
Farlley Derze se propunha a mostrar no repertório as diversas nuances de sua transformação de estudante de conservatório a universitário, passando pela escola da noite e do palco, até seu momento atual, onde sua carreira é vista como referência para qualquer aspirante a instrumentista. Então, ao escolher os músicos que o acompanhariam, Farlley nos trouxe uma surpresa: Gabriel Oliveira. Um guitarrista maravilhoso, que prova que pouca idade, não quer dizer pouca experiência. Gabriel é delicado, erudito no sentido estudioso da palavra e perfeccionista. Prepare o coração, porque é justamente ele que nos leva para passear nas músicas do compositor Farlley Derze. O compositor deu ao guitarrista o poder de fazer as ligações das histórias criadas por ele. Nosso guitarrista não titubeia. Ele pega o tema e o transforma em seu argumento, como toda boa ideia deve se tornar. Pega a ideia e nos apresenta um outro ângulo da mesma visão. Ele é a personificação da guitarra-arte. Conheço pouco o guitarrista. Além deste dia, o outro lugar que o vi tocar foi no Clube do Choro de Brasília ao lado de nada mais, nada menos que Toninho Horta. Ali ele já chamou sua atenção. O confundi com o guitarrista Pedro Martins, que há pouco ganhara um prêmio em Montreux, mas vou falar uma coisa: Gabriel Oliveira ganharia também. A música de Farlley Derze, foi enriquecida e nos enriqueceu, depois de todas as notas cuidadosas e certeiras de Gabriel Oliveira.
Quem acredita que se tratou apenas da gravação de um grupo, perdeu aí! Farlley tem uma arma secreta que faz com que este dia de gravação, possa se transformar num evento cultural. Essa arma chama-se Jamile Tormann Derze. Sim a esposa, companheira de tantos anos, que com seu empoderamento construiu o cenário perfeito para que a música não chegasse apenas através do som, mas também pelos demais sentidos que possuímos. Assim, sentimos os cheiros maravilhosos da Casa da Mata, tivemos visões inesquecíveis de detalhes da natureza da mesma casa, e pudemos tocar no compositor, como ele pôde nos tocar. Foi a grande caixa para o som que ouvimos. Parabéns comadre!
Para completar: músico há mais de trinta anos, adorei o que ouvi. Farlley Derze me surpreendeu mais uma vez. Espero, poder ouvir o resultado, ainda com essa pegada sentimental e diria, ainda muito intrigado. Certamente estarei torcendo para que ainda esteja vivendo na pele aquela atmosfera etérea, cativante e contagiante, quanto tudo se metamorfosear em som prensado e digitalizado de um dos grandes músicos de hoje, que se tornou referência do teclado, do piano e por que não dizer: da Música Instrumental Brasiliense.
A gravação do CD Metamorphoses, do pianista e compositor Farlley Derze, despertou um clima especial em Brasília, acompanhado de análises musicais interessantes em torno de sua obra. O disco, que será dividido em mais de um volume, carrega mais de 40 anos de composições do músico. Seu primeiro volume, gravado nesse sábado (23/09), é composto por 9 faixas – as quais receberam participações especiais de músicos convidados.
O evento caracterizou-se por seu clima agradável, pois foi como uma reunião de amigos, segundo as palavras dos convidados. Era notável uma certa diversidade nas participações, pois havia músicos experientes e renomados como Oswaldo Amorim – que conheceu o Farlley durante o trabalho que ambos fizeram com cantora Priscila de Ávila – e músicos jovens no cenário musical brasiliense como o guitarrista de 15 anos de idade, Gabriel Oliveira, descoberto por Farlley quando o jovem músico fazia uma participação especial no show do guitarrista Toninho Horta, no Clube do Choro.
Cada um dos músicos convidados contribuiu de maneira brilhante para o álbum. Todos, apesar de ecléticos, possuem um apreço por gêneros musicais como choro, mpb, jazz, baião, além da formação erudita. Alguns dos instrumentistas se diferenciam por gostos que variam entre o blues e o rock nacional, como é o caso do jovem Gabriel. Outros se afeiçoam também por forró, frevo e sertanejo raiz, como o saxofonista Isaac Gomes.
Ao conversar com alguns músicos que participaram do evento, é possível perceber como o compositor cativa a essência de cada música. Oswaldo Amorim – hoje professor de baixo elétrico e acústico na Escola de Música de Brasília – diz que Farlley está sempre preocupado com cada um individualmente encaixado na música. “Ele (Farlley) pensa não apenas no instrumento que precisa para sua composição, mas na pessoa que o toca. Tenta encaixar o estilo do músico em questão na hora de criar suas performances”, diz Amorim. Ele define, ainda, seu estilo pessoal como “Eclético e sem Rótulos” e está sempre disposto a entender novos cenários da música nacional.
Também advinda da escola de música, a musicista Tânia Bernauss estava presente no evento. Ela, por sua vez, define seu estilo na frase “música é identidade” e diz que cada um tem seus trejeitos na hora de tocar. Ela cita Oswaldo como exemplo: “Eu nunca vi ele (Oswaldo) tocar de olho aberto, por exemplo. Ele sempre está sentindo a música que toca como a maior profundidade possível”. Tânia diz que possui muitas influências da música clássica e de arranjos vocais, além do rock e do grupo 14 Bis. Ela diz que a formação musical ajuda muito na escuta, principalmente na hora que começa a perceber as passagens complexas pelas quais o músico tem que resolver. “Um músico formado em música erudita consegue facilmente passar para o popular. Já o contrário é muito difícil de acontecer. É uma base necessária”, completa a artista.
Farlley possuía o desejo de gravar seu segundo disco autoral há bastante tempo – o primeiro, Gênese, foi lançado em 2000 no Rio de Janeiro e relançado em 2015 qunando foi inserida a faixa 6, Tristesse, gravada no Chipre, país insular no leste mediterrâneo. Sua esposa, a arquiteta e lightin designer Jamile Torman Derze, é uma das maiores responsáveis pela concretização do sonho do pianista. “Quando se é artista, surge a necessidade de alguém que cuide da logística. Assim passamos da idealização para a realização”, ressalta Jamile. Ela diz que incentivar a rotina produtiva foi essencial para que o disco ganhasse vida.
Ela também cita a forma como o disco foi construído. “Através dos ideais que Farlley queria passar no disco, ofereci algumas sugestões que se encaixaram para organizar o repertório. Logo, eu e ele conseguimos dar uma direção para elaborar o CD.” E Jamile ainda completa: “As músicas, por exemplo, estão em ordem cronológica de criação”. Isso revela, segundo Farlley, a transformação ao longo tempo pela qual suas composições passaram – daí o nome do CD, Metamorphoses. Para tanto, ganhou de presente a capa do disco, feita pelo artista plástico Páris Bogéa. Farlley explica:
“O nome da obra é Madonna. Para mim é uma metamorfose também, pois vários artistas pintam a Madonna, e cada um em sua linguagem e releitura. Meu disco passa por uma transformação a cada faixa – cada uma trazendo uma releitura de momentos diferentes da minha vida”.
Ordem das músicas no CD:
Cavalaria real (1978)
Caçada (1986)
Ponta e faca (1988)
O céu de terça-feira (1988)
O beijo e os cabelos da sereia (1988)
Pura (1988)
Pintura, renda e pesca (1990)
O tempo (1995)
Quintais (2016)
Por último, o pianista diz que a inspiração e o objetivo para começar o projeto eram, simplesmente, saber se era capacitado a criar música. Ele define seu estilo composicional como “um miscigenado das linguagens populares”, o que é muito perceptível ao ouvir suas performances.
Entre os comentários dos que estavam presentes no evento, que aconteceu de forma privada na casa dos Derze, referiam-se além do estilo musical ao próprio clima agradável gerado pela família.
– O clima familiar ajuda na própria harmonia da música (Naiça)
– É desafiador entender a música, mas não causa uma ansiedade, é muito firme (Stênio, fomado em jornalismo)
– A música instrumental nos traz mais para o presente e não nos causa uma ansiedade como em outros estilos (Tályta Almeida Coelho)
– As músicas dele me lembram um quebra-cabeça. Nada está ali por acaso e tudo se encaixa com maestria. (Jorge Alves)
– Compartilhar o momento de gravação com os amigos acaba deixando tudo mais fluido e relaxado, tornando um ambiente mais propício para as improvisações, por exemplo. O Farlley tem essa pegada erudita, uma veia fusionada, mas é uma música que respira, uma composição refinada, não engessada – que é a cara do evento em si. (Hugo Coelho)
– O Farlley tem uma sensibilidade diferente: Amorosa, acolhedora. Geralmente a música costuma ficar em um plano mais etéreo. Mas aqui não, aqui todo mundo entende. (Gisele Leite L’Abbate)
Em uma análise da obra, percebe-se que há passagens bem complexas e músicas repletas de momentos que, apesar de seguir uma lógica composicional, surpreendem com improvisações excelentes e arranjos muito bem preparados. Gravar um CD parece fácil, mas é muito trabalhoso. E quanto mais trabalho, mais gratificante é o resultado.
Na lista de convidados a participar da gravação, encontram-se nomes como os dos músicos Oswaldo Amorim, Igor Diniz e Pablo Oliver, no contrabaixo; Sandro Araújo, Sandro Souza e João Ricardo Denicol, na bateria; Isaac Gomes, nos saxofones tenor, alto e soprano; Gabriel Oliveira, na guitarra; Paulinho do Trombone, no trombone; Argemiro Jr., no trompete; e Páris Bogéa como o designer gráfico do álbum. Cada um com um instrumento que, além de integrar as músicas do disco, obteve espaço de improvisação no CD Metamorphoses.
O compositor dedica sua criação aos músicos e amigos que se integraram em suas composições e à sua família, que fez parte da concretização de seu sonho.
Arranjo: Farlley Derze. Gravação realizada em 07jun2017, na residência do pianista Farlley Derze. Farlley Derze (teclado), Ian Coury (Bandolim), Igor Diniz (Contrabaixo) e Sandro Araújo (Bateria).
Arranjo: Farlley Derze. Gravação realizada em 07jun2017, na residência do pianista Farlley Derze. Farlley Derze (teclado), Ian Coury (Bandolim), Igor Diniz (Contrabaixo) e Sandro Araújo (Bateria).
Festival do Buraco do Jazz , Eixão do lazer na 214 sul, Brasília, 30/4/2017.
Dia 30/04/17, domingo, das 11 às 13 horas, a 300 & JAZZ vai abrir o Festival do Buraco do JAZZ no eixão do lazer, na altura da SQS 214. VENHAM! Boa oportunidade de curtir músicas de qualidade, acompanhados de filhos, vovós e até os bichinhos de estimação, além dos amigos é claro. Recomenda-se trazer cadeira de praia, toalha de piscina, esteiras e etc., para esticar no gramado e ficar confortavelmente instalado. Vários food trucks estarão no local, garantindo serviço gastronômico.
300 & Jazz
Voz: Renata Levi
Voz: Renato Ramos
Bateria: João Ricardo Denicol
Baixo: Pablo Oliver
Guitarra: André Moura
Teclado: Farlley Derze
Sax: Esdras Veloso
Empresária: Rosana Lepletier
Roadie: Léo Levi
9º Festival Internacional de Filmes Curtíssimos, Cine Brasília, 30/4/2017.
No dia 20 de abril de 2017 a banda 300 & Jazz foi convidada para animar a abertura do 9º Festival Internacional de filmes curtíssimos. No repertório, canções selecionadas para atender a diversidade do público presente. Quem estava no evento pode escutar algumas jóias do música internacional, com arranjos refinados tais como:
Álbum de músicas autorais e arranjos. 21 de julho de 2000; 5 de novembro de 2015.
Captação, mixagem e masterização: Marco Aurélio Valle (RJ)
Farlley Derze: piano, composições e arranjos (Rio de Janeiro, 2000)
Wallace Cardoso: bateria (Rio de Janeiro, 2000)
Marcos Nato: baixo (Rio de Janeiro, 2000)
Alexia Yiangou: violoncelo (Chipre, 2012)
FAIXAS:
Sertões (Farlley Derze)
Caminhada (Farlley Derze)
O rito da primavera (Farlley Derze)
Estações (Farlley Derze)
Uma noite assim (Farlley Derze)
Tristesse (Chopin)
Aldeias (Farlley Derze)
Memórias (Farlley Derze)
Gênese (Farlley Derze)
Metrópole (Farlley Derze)
Tarde esquecida (Farlley Derze)
Trilogia brasileira (Fantasia sobre as músicas “Bebê” (Hermeto Pascoal), “Trenzinho do caipira” (Villa-Lobos) e “Canção da criança” (Francisco Alves e René Bittencourt). Piano e arranjo: Farlley Derze)
Armando’s Rhumba (Chick Corea)
JAZZ NAVIDAD
2001. Capa: Jamile Tormann (obra do artista plástico João Drummond)
Álbum de músicas da tradição natalina. 5 de julho de 2001
Captação, mixagem: Farlley Derze; masterização: Fernando Ávila (RJ)
Farlley Derze: piano e arranjos (Brasília, 2001)
FAIXAS:
Jingle bells
Noite feliz
Papai Noel
Les anges dans nos campagnes
White Christmas
Greensleeves
Nas estrelas
Os arautos anjos cantam
ACALANTO
2002. Capa: Jamile Tormann
Álbum de músicas do cancioneiro infantil. 19 de maio de 2001
Captação, mixagem e masterização: Farlley Derze
Farlley Derze: teclado e arranjos (Brasília, 2001)
FAIXAS:
O cravo brigou com a rosa
Escravos de Jó
Fui no Itororó
Se essa rua fosse minha
Cai cai balão
A canoa virou
Pirulito que bate-bate
Havia uma barata
Marcha soldado
Atirei o pau no gato
Ciranda cirandinha
Peixe vivo
Boi da cara preta
Nana nenê
Carneirinho, carneirão
Samba lelê
METAMORPHOSES
2017. Capa: Jamile Tormann (obra do artista plástico Páris Bogéa)
Álbum de músicas autorais. 23 de setembro de 2017. Gravado ao vivo na residência do Farlley Derze.
Captação, mixagem e masterização: João Ricardo Denicol
Farlley Derze: piano, composições e arranjos
Sandro Araújo: bateria
Sandro Souza: bateria
João Ricardo Denicol: bateria
Oswaldo Amorim: contrabaixo e baixo elétrico
Pablo Oliver: baixo elétrico
Igor Diniz: contrabaixo
Isaac Gomes: saxofone
Argemiro Jr: trompete
Paulinho Trombone: trombone
Luciana Morato: flauta
Gabriel Oliveira: guitarra
FAIXAS:
Quintais (Farlley Derze)
O tempo (Farlley Derze)
Pintura, renda e pesca (Farlley Derze)
Pura (Farlley Derze)
O beijos e os cabelos da sereia (Farlley Derze)
O céu de terça-feira (Farlley Derze)
Ponta de faca (Farlley Derze)
Caçada (Farlley Derze)
Cavalaria real (Farlley Derze)
MUSIC ANDA EMOTION
2019. Capa: Jamile Tormann (obra do artista plástico João Drummond)
Descrição: o estudo da teoria musical é uma forma de compreender os elementos estruturais da música.
Nível: Básico.
Carga Horária: 12 horas.
Programa do curso:
Propriedades do Som
Pentagrama
Claves
As notas
Escalas
Intervalos
Compassos
Ligadura, ponto de aumento e fermata
Valor do curso: 900,00
Nível intermediário
Carga Horária: 12 horas.
Programa do curso:
Andamento
Dinâmica
Enarmonia
Tons relativos e tons vizinhos
Modulação
Solfejo
Valor do curso: 900,00
Nível avançado
Carga Horária: 12 horas.
Programa do curso:
Transposição
Introdução a harmonia: formação de tríades e tétrades
Estética musical
Valor do curso: 900,00
AULA DE PIANO
Descrição: o atendimento é feito pelo período de tempo que o aluno desejar.
Nível: Único.
Carga horária: uma hora de aula por semana.
Programa do curso: teoria musical,composição, improviso, modelagens, trilha sonora para poemas ou imagens, interpretação, técnica pianística.
Formato: aula individual; valor: 100,00 por hora.
Formato: aula em grupo para crianças, veja especificação de preços abaixo:
Valor: aula para 2 crianças, o valor individual é de 75,00 por hora;
Valor: grupo com 3 crianças, o valor individual é de 50,00 por hora;
Valor: grupo entre 4 até 7 crianças, o valor individual é de 35,00 por hora.
Local: na residência do professor, no Condomínio Solar da Serra, Setor Habitacional do Jardim Botânico, Brasília-DF. O espaço conta com ampla área verde à sombra, uma mesa para 14 lugares (as crianças sentam-se com distanciamento); dois teclados para as aulas práticas. Os pais podem permanecer no local sentados numa área próxima se assim desejarem.
Material a ser trazido pelo aluno: um caderno pautado (com as cinco linhas da partitura), lápis e borracha.
Aula experimental: o professor oferece uma aula experimental tanto para a modalidade de aula individual (100,00 por hora) como para a modalidade de aula em grupo para crianças, desde que haja um grupo mínimo de 3 crianças.
HARMONIA
Descrição: O estudo da harmonia favorece a compreensão do funcionamento dos acordes que acompanham uma melodia. Visa oferecer caminhos e ideias para o participante tomar decisões sobre os acordes que vai empregar nos diferentes trechos da música.
Nível: Único.
Carga Horária: 20 horas.
Programa do curso:
Origem da harmonia na música ocidental
Tipos de acordes
Inversão de acordes
Função dos acordes
Harmonização com acordes
Harmonia número 8
Padrão 7/13 com melodia num único dedo.
Exercício e Prática de harmonização
participante apresentará a harmonização de 3 músicas a escolher
Valor: 1.500,00
COMPOSIÇÃO POR MODELAGEM MUSICAL
Descrição: Este é um curso de composição para quem deseja compor suas próprias músicas. Utiliza um método original desenvolvido pelo autor: modelagem musical (m-modeling).
Nível: Único.
Carga Horária: 16 horas.
Programa do curso:
Técnica da modelagem
Estética da composição: estrutura, forma, dinâmica e intenção
Notação musical
O participante apresentará 3 composições próprias ao final do curso
Valor: 1.200,00
IMPROVISAÇÃO
IMPROVISAÇÃO IDIOMÁTICA
Descrição: o curso visa estimular a criatividade com base em referências obtidas de uma variedade de escalas musicais.
Nível: único.
Carga Horária: 16 horas.
Programa do curso:
Notas do acorde com células rítmicas
Notas do acorde sem células rítmicas
Melodias emprestadas
participante apresentará suas improvisações em 3 músicas a escolher
Valor: 1.200,00
IMPROVISAÇÃO EXPERIMENTAL (INTUITIVA)
Descrição: o curso visa a elaboração do improviso com base na intuição melódica advinda do exercício da imaginação.
Nível: Único.
Carga Horária: A escolher.
Programa do curso: solfejar fragmentos melódicos intuitivos e anotar sua estrutura rítmica, sua vertente tonal ou atonal, explorar a transposição dos fragmentos em relação à harmonia, executar em diferentes velocidades.
Valor: 100,00 por hora
MASTERCLASS
Descrição: Bate-papo interativo com os ouvintes sobre a prática de interpretar uma música baseada em variações de compasso, dinâmica e re-harmonização.
Mínimo de participantes: 10
Carga Horária: 1 hora.
Valor: 750,00 (equivalente a 75,00 por pessoa).
WORKSHOP DE MODELAGEM MUSICAL
LEITURA DE PARTITURA PARA LEIGOS
Descrição: Capacitar o participante à leitura e escrita da partitura, pela compreensão da função de seus símbolos.
Cada indivíduo traz consigo alguma vivência musical. Todavia, embora sejamos familiarizados com a música (desde a infância), raramente alguém tem a oportunidade de compreender a estrutura da música. O mesmo acontece no campo dos símbolos enquanto imagens que representam alguma coisa. Este curso deseja unir as experiências auditivas e visuais. Assim, a partitura será apresentada com um delimitado conjunto de símbolos de modo a se associar imagens a sons que servirá de parâmetro para se compreender como funciona uma partitura e por meio dessa compreensão promover a criatividade e a composição. Cada participante pode compor uma música por meio dos símbolos da partitura. As composições serão tocadas pelo professor em um piano.
Máximo de participantes: 10
Carga Horária: 3 horas.
Valor: 225,00 por pessoa.
Para um grupo fechado de 10 pessoas: valor total 1.500,00 (equivalente a 150,00 por pessoa).
HISTÓRIA DA MÚSICA
Descrição: O participante vai compreender os padrões de melodia, ritmo e harmonia da música erudita ocidental produzida nos seguintes períodos históricos: Idade Média, Renascimento, Barroco, Classicismo, Romantismo, Modernismo. Em paralelo, conhecerá as origens do blues, do jazz, do rock, do choro, do samba, da bossa-nova, da MPB, além das vertentes populares regionais como baião, frevo, maracatu, milonga, fandango, toada, ciranda.
No curso, as músicas de cada período são tocadas ao vivo com a explicação daquilo que o ouvinte deve focar em audição para aprender a diferenciar as músicas e seus estilos.
Máximo de participantes: 10
Carga Horária: 4 horas com intervalo de 15 minutos.
Valor: 100,00 por pessoa.
Para um grupo fechado de 10 pessoas: valor total 500,00 (equivalente a 50,00 por pessoa).
Na primeira vez ainda não havia luz lá fora. Só o silêncio e alguma incerteza.
Na segunda vez foi o som da chuva e os rascunhos de luz vazando pela cortina.
Na última vez o som da chuva era ainda mais forte. Fechei os olhos que olhavam para o teto e correntezas de lembranças começaram a me levar.
Passadas em alta velocidade, sob minhas retinas, tantas variedades de imagens, cores e sensações, indo e vindo na velocidade da chuva, de repente, tudo some exceto uma imagem. Puxo o lençol um pouquinho para me recobrir, e fico inerte entre as paredes e os sons das águas, quieto como o mármore, para resguardar aquela imagem que se fixou, vinda do fundo das outras.
Abaixo de minhas pálpebras, presa em minha respiração morna e lenta, eis o rosto dela.
Silêncio.
Uma imperatriz.
Gotejam os pingos em minha janela, ouço os sons e uma sinfonia inicia o seu tráfego, os seus acordes, notas transcrevendo um mapa de mistérios.
O rosto dela permanece, preenchendo toda a tela de minha visão.
Minhas pálpebras resguardam a bela imagem, como uma porcelana.
Rosto de pele branca, suavidade encoberta como um pêssego.
Sob os olhos emergem um promontório de sinais discretos que recobrem e transpassam o nariz, de um lado a outro, como uma discreta ferrugem.
Atrás de seu olhar repousam cabelos… tantos… quietos.
Composição feita de cor, sinais e olhar, suavidade e mistério.
Antes fosse apenas beleza com a qual se afeiçoam os homens.
Antes fosse apenas vontade de dizer e ouvir.
Antes fosse um truque com palavras e gestos.
Antes fosse uma sinfonia que começa e acaba, uma chuva que nos acorda e depois seca, uma luz que escapa, um dia que torna um homem feliz.
Antes fosse, tantas coisas possíveis.
Mas a poesia prefere o impossível, a prece, o intocável, o vivo.
Ontem ouvi a voz desta imperatriz.
Não lembro bem suas palavras, porque me dizia mais o próprio som.
Debaixo dos lençóis e das pálpebras, seu rosto e sua voz. Lá no fundo, a minha sinfonia predileta, minha respiração esquenta, acelera, o peito sobe e desce, minha pele se fragiliza como o tecido de uma bandeira presa ao vento.
Meu ritmo sai do compasso da música.
O rosto dela cresce em minhas retinas, cresce e se agiganta.
Aperto os lençóis, mordo os lábios, escuto o som da voz, meu coração interfere com seu ruído veloz, o ar desorganiza-se em minhas narinas, a bandeira e a ventania, seus olhos estão mais perto dos meus,
a fina ferrugem, o hálito juvenil, sou tragado e águas lá fora carregam folhas e outras incertezas.
Abro os olhos e … Silêncio entre mim e o teto, entre o quarto e a chuva que se foi há tempo.
Lá fora as folhas rolam entre o seco e o molhado.
Dentro de mim novas incertezas, e uma voz morna e escondida.
Na música, o improviso é algo que atrai o interesse de muitos músicos. Segundo o dicionário online priberam de língua portuguesa, improviso pode ser um substantivo que significa “Poesia, discursooupeçamusicalqueseinventaderepente”. Pode também ser um verbo que significa “Dizeroufazerderepente, sempremeditaçãoousem os elementosprecisos”. Todavia, no campo da música o improviso pode ser uma atividade na qual se pode instruir um músico a como improvisar, o que retira bem-dizer a intuição como fonte do improviso. No mercado editorial há centenas de livros voltados a instruir um músico que tenha interesse em improvisar, ou seja, que tenha interesse em aprender a improvisar. Para tanto, os livros oferecem uma gama de escalas com as quais o músico poderá fazer combinações com as notas daquelas escalas a fim de produzir uma melodia que caracterize o seu improviso. Eu chamaria esta prática de improviso idiomático. Pois, na prática (em si) trata-se antes de citações de notas de uma determinada escala, ou determinadas escalas. Assim, seria, antes, um “improviso” pensado em vez de um improviso intuitivo. Ao se pensar, ao se racionalizar, ao se citar um conjunto de notas extraídas de uma escala, a consequência é a construção de uma melodia que soa como um idioma, isto é, com uma sonoridade específica. Quando diferentes músicos usas uma escala modal do tipo mixolídia (por exemplo), para fazer seus “improvisos”, em dado momento o ouvinte irá perceber que as notas são as mesmas e o que varia é a sequência daquelas mesmas notas, ainda que sejam diferentes os músicos cada um decidiu utilizar, combinar, as mesmas notas. Um ouvinte mais experiente com as escalas modais, como a mixolídia, poderá dizer: “parece música nordestina”. Assim, em vez do termo “improviso” penso que o termo adequado seria “citação” ou “aplicação”, uma vez que a fonte do “improviso” é uma decisão racional em se utilizar (citar) as notas de uma ou mais escalas.
Improvisação idiomática
Quando o fraseado se baseia num vocabulário de escalas tonais e modais, a tarefa do improvisador é a de construir o fraseado com o uso das notas daquelas escalas, ou seja, por meio da combinação das notas agrupando-as ou misturando-as entre si, ou com as notas de uma outra escala. Tal aplicabilidade é o que popularmente no meio dos músicos se costuma chamar de “improvisação”, que é diferente de “inventar de repente” conforme o dicionário. O que o músico “inventa”, no caso de uma improvisação idiomática, é a maneira de combinar as notas de escalas pre-existentes, o que aumenta as chances do “improviso” de diferentes músicos soar parecido, pois usam um mesmo padrão de escalas e notas. Escrevi um artigo sobre “improvisação idiomática“, e nele disponibilizo uma listagem de algumas das escalas que muitos músicos gostam de usar ao praticarem este tipo de improvisação. Quero deixar claro que não estou aqui tentando invalidar esta prática. Ela funciona. Meu interesse é refletir sobre o termo “improvisação”, de modo que se possa pensar numa distinção entre “improvisação idiomática” e improvisação, propriamente dita, isto é, o improviso intuitivo que poderíamos chamar também de improviso experimental.
A partir deste ponto, vou examinar o trabalho de um duo de guitarristas chamado PARADOXA DUO. O duo é formado por Edgard Felipe (27 anos) e Kino Lopes (21 anos). Segundo palavras do próprio Kino Lopes trata-se de um trabalho baseado em “improvisos intuitivos com músicas completamente improvisadas e a única coisa que guia o som são os ouvidos”. O álbum leva o nome do duo, “Paradoxa”, e contém nove faixas:
Eleve (04:34)
Kabbala (04:02)
Zora’s (03:26)
Espigno (02:26)
Asias (08:28)
Irisarco (03:05)
Areia (01:51)
Solar (04:43)
Schoenberg (02:50)
1-Eleve (04:34)
A primeira coisa que chama atenção é a base rítmica feita por um trinado que pode incitar memórias de um bandolim no registro grave, e uma melodia que passeia no território do fado até desembocar num acorde de sétima maior (02:00) que funciona como uma janela para outro ambiente sonoro, à medida que o baixo desce diatonicamente enquanto se ouvem acordes maiores e menores a preparar o terreno para um fraseado que cruza a fronteira portuguesa para adentrar em terreno sutil e melodicamente espanhol (02:41). A harmonia assume uma postura de ostinato tonal e consonante enquanto a melodia excursiona por fraseados diatônicos temperados com lampejos dissonantes, como quem não necessita de uma identidade tonal até encontrar o silêncio.
2-Kabbala (04:02)
Kabbala começa com uma espécie de contraponto de notas que parecem soar com o objetivo de apresentar o timbre de cada guitarra. Em 00:40 surge um movimento rítmico de uma das guitarras enquanto a outra repete um motivo melódico que vem funcionar como um pedal para a improvisação da harmonia. Esta transita livremente entre acordes e arpejos como quem busca juntar para si diversos laços tonais e formar um caleidoscópio harmônico. Em 02:18 o motivo melódico cessa para dar passagem a uma nova proposta melódica apoiada por um ciclo harmônico de acordes maiores e menores, que se repetem para emoldurar a liberdade melódica. Em 03:26, melodia e harmonia se unem na forma de colcheias sincrônicas até a diluição da atmosfera sincronizada em 03:53 feita por um acorde surpresa que chega para desenhar o vazio.
3-Zora’s (03:26)
Nas improvisações anteriores, pode-se dizer que não há um padrão musical que se aproxime daquilo que um ouvinte esteja acostumado. Em Zora’s, sim. Tanto para leigos como para músicos, parece que se vai ouvir uma improvisação que foi escrita numa partitura, devido ao padrão tonal de um arpejo em quiálteras de um acorde menor. Quando a outra guitarra entra, coloca nos nossos ouvidos notas propositadamente encaixadas no campo harmônico da outra guitarra. A impressão que tive foi que os dois guitarristas usaram esse tecido sonoro musicalmente mais habitual para que praticassem um improviso de pausas. Em 00:37 as pausas tornam-se ausentes e são substituídas por duas linhas melódicas interdependentes, sem a presença de acordes. A partir de 00:40 se configura uma espécie de fuga barroca, entretanto, atonal. Em 02:54 uma das guitarras retoma a ideia inicial no sentido de uma exposição sonora mais comum ao cotidiano dos leigos, e ambos finalizam a obra com aquilo que identifiquei como sendo um improviso de pausas.
4-Espigno (02:26)
Aqui, eu faço a proposta para o ouvinte separar o que ouve. Isto é, tentar ouvir apenas uma das guitarras. Depois, voltar ao início e ouvir apenas a outra. Uma faz um percurso melódico que poderia servir para a letra de um fado, mas um fado que escapa das rédeas tonais e do mormaço das fermatas; a outra faz uma marcação rítmica que poderia servir de base para um tango. As duas melodias são heterogêneas dentro de um mesmo recipiente acústico. Tal qua uma mistura em fogo lento, a música evapora sem esperar pelo ouvinte.
5-Asias (08:28)
Por ser a peça mais longa do álbum, parece uma suíte. Em 00:26 ouve-se os harmônicos de uma das guitarras num clima que sugere um minimalismo proporcionado pelo ostinato da corda solta, nota lá, que ocupa o centro da improvisação. Há uma longa sequência de colcheias que trafegam marcadamente, do grave ao agudo, como se rodopiassem o ostinato da nota lá cujo resultado, pelo menos para mim, serviria de trilha sonora para a paisagem árida do sertão nordestino. A partir de 01:45 uma das guitarras assume que fará uma base no estilo “walking bass”, com semínimas marcadas até que em 03:11 tal base se desmancha numa espécie de contraponto ad libitum até que em 03:36 uma célula rítmica se instala, e tal célula se converte em outra, e depois em outra num jogo de variações sincopadas que se estende até 06:10. A partir de então surge um novo clima rítmico. Assim, a peça parece ser uma suíte de frases rítmicas em vez das frases meramente melódicas. O ostinato volta à cena ainda mais forte. Em 07:23 o diálogo entre as guitarras retoma o fraseado rítmico e melódico já experimentado na mesma música, todavia com uma variação nova.
6-Irisarco (03:05)
Esteticamente (a aparência sonora) esta faixa carrega uma essência romântica na fronteira com a estética modernista, romântica pelos ingredientes da melodia ora diatônica ora acidentada numa teia de modulações; modernista na coda quando a diluição dos compassos apresenta um certo atonalismo no horizonte.
7-Areia (01:51)
É a única faixa em que uma das guitarras se despe de sua condição melódica e harmônica para vestir-se de instrumento percussivo. A melodia se acompanha com acordes episódicos enquanto a “percussão” explora células tímbricas sem se fixar a um ritmo. Eu ouvi tendo em mente a ideia de que a “percussão” fazia o tema, enquanto a outra guitarra construía situações melódicas para o acompanhamento.
8-Solar (04:43)
Durante um pouco mais de um minuto (00:35 a 01:41) o duo sugere uma linguagem melódica e harmônica tipicamente das raízes sertanejas brasileiras. Não me refiro aqui à música denominada “sertaneja” da indústria fonográfica, mas à música sertaneja dos violeiros do interior do país. Após esta exposição que sublinha uma brasilidade, uma das guitarras investe num ostinato de uma quinta justa descendente enquanto a outra desenha fraseados com arabescos que tangenciam motivos flamencos (01:41 a 02:35), cuja conclusão da exposição funciona como introdução a um novo motivo desta vez com um aroma da música tradicional grega, em que acordes marcam um pulso enquanto a outra guitarra trabalha com intervalos recorrentes de quarta justa descendente, com sutis variações (02:35 a 03:21). A partir de 03:22 as guitarras buscam um diálogo com células curtas e pausas, sem eliminar o ostinato de intervalos justos e descendentes como pano de fundo. Em 04:05 uma das guitarras migra para uma região mais grave com uma nova célula rítmica e notas acidentadas que pouco a pouco se convertem em notas melodicamente diatônicas, como base para a outra guitarra que permanece na região aguda com um ostinato que se dilui rumo a um sotaque modal até que uma nota final é lançada e a peça se conclui num silêncio proposital.
9-Schoenberg (02:50)
Se as obras anteriores foram intituladas de modo a permitir uma interpretação variada quanto ao significado de cada título, o título da última faixa traz uma objetividade à interpretação de seu significado: Schoenberg. Trata-se do compositor austríaco, considerado o criador do dodecafonismo. Curiosamente, a faixa inteira possui um centro tonal. Uma das guitarras faz uma base de corda solta em que aproveita a flexibilidade percussiva do instrumento, enquanto a outra desliza acordes como um pêndulo. A guitarra base reforça o centro tonal em dó sustenido menor. Se é proposital ou não, tal paradoxo, pode ser uma dentre tantas outras possíveis justificativas para o nome que o duo escolheu para si: Paradoxa.
Considerações finais
O trabalho de improvisação (espontânea, intuitiva, experimental, alquímica) do Paradoxa Duo tem no conjunto sutis mudanças de registro e uma unidade estrutural orgânica. Portanto, não se trata de composições formais onde predomina um tratamento melódico-harmônico que depende do desenvolvimento de um motivo por meio da variação. Assim, não se espera encontrar a forma ABA ou outra qualquer tendo em vista a organicidade, ou espontaneidade, do trajeto melódico, rítmico e harmônico. Definitivamente, são melodias improvisadas, segundo o significado da palavra improviso no dicionário: “inventa de repente”. Pois, não há evidências de que as melodias tenham sido ensaiadas. Os dois músicos praticaram a essência da palavra improviso, de modo que nenhum deles poderia imaginar o que teriam pela frente no diálogo experimental a que se propuseram realizar. Eu ouvi cada faixa três vezes, sempre com um headphone. Durante a escuta eu prefiro estar desprovido de qualquer expectativa. Prefiro escutar cada novo trabalho com foco na estrutura sonora, nos materiais empregados e como são articulados em relação ao tempo que transcorre compasso a compasso. Para quem só descobriu uma maneira de escutar música pode não aceitar outras oportunidades de escutar trabalhos de livre improvisação e tantas outras experiências musicais com ou sem a ancoragem tonal. O que ouvi no conjunto das nove faixas é o pleno exercício da criatividade e experimentalismo, sem nenhuma pretensão de exposição virtuosística tampouco qualquer representação de algum estilo específico. Paradoxa Duo representa a si mesmo dentro de uma proposta de improvisos intuitivos, isto é, sem estarem presos a esquemas idiomáticos das escalas modais, pentatônicas e tantas outras empregadas por outros improvisadores. O duo nos convida a sentir duas guitarras que se encontram como instrumentos que se fundem, como se fossem enarmônicas e, ao mesmo tempo, ora simétricas ora assimétricas, ora melódicas ora harmônicas, ora tonais ora atonais, ora ortodoxas ora heterodoxas, ora dependentes ora independentes. Chego a pensar que cada um deles era ora músico ora espectador.
Com um repertório dedicado às canções francesas, Brasília conta com uma oportunidade única para apreciar a música francesa do século XX enquanto saboreia um menu de pratos franceses. Vejam algumas das músicas que irão iluminar a noite:
Teatro Eva Herz, Livraria Cultura, 26 e 27/nov/2016.
Nos dias 26 e 27 de novembro de 2016 tive a grata satisfação de integrar a banda da cantora e compositora Virgínia Feu Rosa, no palco do Teatro Eva Herz, da Livraria Cultura, em Brasília. Conheci a Virgínia quando o embaixador Antenor Bogéa (pianista, compositor e cantor) me convidou para ir vê-la cantar num Pub da capital. Ficamos no mezanino e logo na primeira música…
Uma raridade para se ver e ouvir
… percebi que estava diante de uma raridade no cenário artístico contemporâneo. Refiro-me ao modo como Virgínia Feu Rosa trata a música. É como se seu próprio sobrenome oferecesse pistas de sua relação com a música: “Feu” (sugere o movimento do fogo, sua luz, sua intensidade) e “Rosa” (sugere perfume e delicadeza). Virgínia trata a música com respeito (como quem observa o movimento das chamas) e com zelo (como quem recebe uma flor). Eu não sei como é ouvir música sem ser músico. Comecei a estudar música aos cinco anos e ao longo do tempo ouvi música influenciado pela formação musical erudita e popular. Sem minha formação musical, talvez eu escutasse música de outra maneira. Além de intérprete eu componho. Isso abre outra dimensão para a escuta musical. Nessa dimensão, busco aquilo que é raro. Existem conceitos subjetivos como “beleza”, mas “raro” me parece um conceito objetivo à medida em que a percepção de um maior número de pessoas coincida de que estão diante de um evento raro, desde que a escuta esteja comprometida em garimpar um tratamento musical raro. Em outras palavras, um tratamento musical mais focado na música do que nos cânones mercadológicos.
A música pela música
A música tornou-se um produto nas prateleiras reais e virtuais da indústria fonográfica. E não há nenhum problema nisso. Há padrões estéticos disponíveis para todos os consumidores. Há mais de um século uma rede se organizou para a mercantilização de músicas: gravadoras, rádios, TVs, empresários de shows e mais recentemente, a disponibilização de produtos musicais na Internet. Percebam que em NENHUM momento me referi à “beleza” ou à qualidade musical. Em NENHUM momento quis julgar este ou aquele produto musical. Se em algum momento da trajetória profissional um intérprete ou um compositor fizer parte da indústria de consumo, continuarei ouvindo esta ou aquela música sob influência de minha formação musical em que a música erudita e a música popular caminharam lado a lado. Minha formação musical está menos ligada à noção de gosto e mais enraizada à noção de respeito e zelo pela música. Em outras palavras, se o músico aparece mais do que a própria música, isso não me chama a atenção. Se a música aparece mais do que o músico, isso me chama a atenção. E neste último caso, no mundo sistematizado da música industrializada para todos os gostos, Virgínia Feu Rosa faz emergir uma música que se adapta às prateleiras da forte e sólida indústria musical e, ao mesmo tempo, se encaixa na curiosidade de quem busca ouvir composições diferentes. Diferentes, especialmente, pelo respeito e zelo a cada compasso de uma música que aparece mais do que a intérprete, mais do que o músico que a executa. Foi assim que aprendi a cultivar: a música pela música, em vez do músico ou intérprete que almeja ser maior que a música.
Mensagem artística
Tem dias que a gente quer tomar um café diferente, comer um prato diferente, ouvir uma música diferente. Respeito e zelo são os referenciais da artista Virgínia Feu Rosa para escolher os músicos que vão dividir o palco com ela. Quando uma mensagem artística é feita através da música, há ouvintes que apontam seus tímpanos para a afinação de quem canta, outros miram na técnica de cada músico em seu instrumento. Se o show é em um teatro, há quem aponte os olhos para a iluminação e cenário. Nunca se sabe como alguém escuta uma música. Tampouco aquilo que julga ou imagina enquanto ouve. Fato é que Virgínia escolhe músicos comprometidos com a Música – esta entidade histórica – domesticável ou não, industrializável ou não, são músicos que respeitam a força indômita e latente que reside nos porões de cada instrumento: o baixo da diretora musical Carol Setubal, a harpa de Hallisson Nogueira, a guitarra de Kino Lopes, a bateria de Caio Fonseca, a percussão de Keu Aragão, e com muito prazer fiz parte do grupo como pianista no show de lançamento do álbum “Primeiro Impacto”.
Ouvindo com lupa
Virgínia Feu Rosa: compositora e intérprete – nos ensaios, na passagem de som, no palco, ela embala com sua voz as canções de compositores brasilienses, e canções de sua autoria. Às vezes a gente ouve uma intérprete e não raro fazemos comparações estilísticas com outros intérpretes. Todavia, Virgínia (com uma presença em cena é inegavelmente elegante) parece ter encontrado um caminho próprio para com sua voz e seus gestos manter em primeiro plano a atenção da audiência na música que interpreta. Em outras palavras, não quer nos surpreender por meio de questões técnicas, mas antes pelo tratamento estético e emocional de cada canção.
Carol Setubal: baixista – a diretora musical do show soube conduzir com simplicidade os ensaios e a apresentação do show. Seu estilo de tocar faz o baixo soar melodicamente enquanto pavimenta a base das harmonias. Explora as regiões do instrumento de modo a protagonizar solos conscientes para dar à cada nota a mesma importância.
Caio Fonseca: baterista – raramente tive oportunidade de tocar com bateristas que transformaram a bateria em um instrumento para dialogar com a intérprete. Não se trata daquela bateria de bumbo e caixa, de ritmo de relógio ou algum tipo de motor. Caio Fonseca faz sua bateria soar para rimar com a voz, rimar com a guitarra, rimar com o piano, rimar com o baixo, rimar com a percussão, rimar com a dinâmica da música, de modo que bumbo, caixa, pratos, transcrevem um poema sem molduras, tal qual os sons que preenchem os espaços e nele se dissipam.
Kino Lopes: guitarrista – jazz e minimalismo, liberdade e precisão, som e silêncio, assim soa a guitarra de Kino Lopes, um músico que planeja como vai soar sua guitarra no próximo compasso. Sua performance lhe converte em um comentarista sonoro a dizer melodicamente coisas diferentes para os diferentes ritmos e acordes de uma canção. Sua técnica refinada está por trás do resultado artístico ao fazer com que escalas conhecidas soem como novidades melódicas. O timbre de sua guitarra parece transcrever a sua personalidade musical onde criador e criatura convivem no mesmo compasso.
Hallisson Nogueira: harpista – um momento ímpar na cena musical foi proporcionado pela harpa de Hallisson Nogueira que de mãos dadas com a voz de Virgínia Feu Rosa, envolveu os ouvintes com uma textura acústica pluralizada, em que notas e acordes ocupam diversas posições no imaginário.
Keu Aragão: percussionista – eu comparo o percussionista a um alquimista que está em seu laboratório misturando fórmulas secretas. E Keu Aragão traz para o palco uma sonoridade das ondas do mar, do vento no quintal, das nuvens que se espalham. A maneira como intervém em momentos específicos faz de sua percussão um instrumento que protagoniza surpresas aos ouvintes. Sua percussão não está vinculada ao ritmo da música, mas sim às possibilidades emocionais que uma música é capaz de transmitir.
O músico durante sua formação tem muitas preocupações para atingir bons resultados técnicos e artísticos: o estudo da teoria, o estudo e a repetição de escalas e exercícios típicos para o seu instrumento, a formação de um repertório, tocar sozinho, tocar em grupo, e encontrar as melhores oportunidades profissionais, dentre outras necessidades com as quais vai lidar durante seu desenvolvimento. Este post eu preparei para aqueles músicos interessados numa metodologia de estudar música.
Se fosse possível, eu adoraria saber como Chopin, Bach, Villa-Lobos, Oscar Peterson, Bill Evans estudavam, isto é, como era a rotina de estudos de cada um, o método que usavam para se desenvolver como instrumentista e compositor.
Eu vou disponibilizar aqui o meu método de estudo, composto de sete propostas para você testar.
1 – Referência afetiva
Um músico costuma ser fã de muitos músicos, compositores e instrumentistas. Eu optei por conhecer e estudar o máximo de composições de um mesmo compositor. Vi que seria uma oportunidade de compreender os padrões melódicos, harmônicos e rítmicos no conjunto da obra daquele compositor. Eis os artistas cujas obras estudo sistematicamente: Chick Corea, Chopin, Debussy. Busco manter na minha rotina a manutenção de um repertório com músicas destes três compositores. Esta referência afetiva começou quando ouvi pela primeira vez “La fiesta” (Chick Corea), “Prelúdio Opus 28 n. 4” (Chopin) e “Clair de lune” (Debussy). Foi uma espécie de “amor à primeira vista”. Assim, passei a estudar outras composições deles.
2 – Desafio racional
Escolho uma música que eu já toque com desenvoltura. A tarefa consiste em tocá-la noutra tonalidade com a execução perfeita da melodia e dos acordes sem falhas rítmicas, ao final de no máximo trinta minutos. O estudo fica cada vez mais rico à medida que se escolhem novas tonalidades para tocar a música.
3 – Reflexo auditivo
Pelo menos uma vez por mês vale à pena tocar, ao mesmo tempo em que se escuta, uma música que esteja na moda e são veiculadas nas rádios, na TV, no YouTube. Isso não tem a ver com o gosto musical. Em termos de estudo é uma atividade que tem muito valor para apurar o reflexo auditivo, além de nos preparar para a realidade profissional.
4 – Leitura à primeira vista
Uma vez por semana escolho uma partitura para treinar a leitura à primeira vista. Geralmente escolho um chôro (Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Waldyr Azevedo, Patápio Silva, Zequinha de Abreu, Dilermando Reis, João Pernambuco). O chôro tem uma “arquitetura” consolidada:
-forma A-B-A-C-A
-modulações
-síncopes
Além disso é comum ter semicolcheias que funciona como um estímulo para aprimorar a leitura à primeira vista.
5 – Repertório obrigatório
Faz parte do estudo ter embaixo do dedo algumas músicas. Não falo aqui das “músicas de sucesso” do momento, como a bela “Love yourself”, cantada por Justin Bieber. Isso fica resolvido com a prática do item 3 do meu método de estudo. Sobre “repertório obrigatório”, refiro-me às músicas populares do repertório nacional e jazzístico que sobrevivem ao modismo. Por exemplo, é inconcebível um músico profissional não saber tocar o Hino Nacional, Carinhoso, Garota de Ipanema, All the things you are (Hammerstein/Kern), Stella by starlight (Victor Young), A night in Tunisia (Dizzy Gillespie), Spain (Chick Corea), All of me (Jimone/Marks), Cantaloop Island (Herbie Hancock), Satin doll (Duke Ellington), etc. Isto é, aquelas músicas que numa Jam Session todo mundo sabe tocar. O ideal é saber solar a música, além de conhecer a harmonia.
6 – Refinamento da técnica
Cada instrumento requer dedicação ao estudo e refinamento da técnica. Significa a adoção de livros destinados a exercícios de repetição de escalas, arpejos e composições específicas para a independência das mãos e dos dedos. No meu caso que sou pianista, os exercícios para piano que adotei a partir da orientação do conservatório onde estudei foram os dos seguintes autores: Hanon, Czern, Cramer e Beringer.
7 – Modelagens
Trata-se do método que desenvolvi para a criação de minhas composições. As composições baseadas em “modelagens” fazem parte de meu próximo álbum chamado “Music and emotion”. Comecei a desenvolver este método de composição por “modelagens” nas horas vagas de estudo. Mais tarde, percebi o valor das modelagens como um tipo de estudo à parte, e testei o método com três alunos tanto para o desenvolvimento de novas harmonias como para o tratamento melódico empregado em novas composições e improvisação.
Eu moro em Brasília, e mantenho-me à disposição para trocar ideias sobre como estudar música.
Sandra Dualibe e Antenor Bogéa são artistas reconhecidos pelo talento, pela voz, pela empatia e pelo amor à música. No dia 20 de novembro de 2016 nós três estivemos na Sala Cássia Eller, Funarte, na cidade de Brasília, para mostrar ao público nossas emoções acumuladas em mais de dez anos de viagens pelo Brasil e exterior (Grécia, Chipre, França).
Encontros e despedidas
A ideia deste show partiu da Sandra que vive um momento muito especial em sua carreira com o lançamento de seu DVD “Celebrizar”. Ela criou o roteiro, deu o nome ao show – Encontros e despedidas – e contratou a ABÈBÈ PRODUÇÕES que organizou o evento de modo brilhante. O cenário foi composto por objetos dos vários países onde cada um residiu ao longo dos anos. O artista plástico Páris Bogéa cedeu uma de suas obras para compor o cenário. Na iluminação contamos com o trabalho de Jamile Tormann, que já iluminou Leila Pinheiro, Cássia Eller, Adriana Calcanhoto, Carlinhos Brown, Ed Motta, Lenine…
Estar no palco com Sandra Dualibe e Antenor Bogéa é uma experiência fascinante. Já tive a oportunidade de tocar piano na casa de ambos e é impressionante como cantam como se estivessem fazendo um show, ou gravando um disco, pois se entregam à música independentemente do local, do público, da ocasião.